Em 2005 escrevi um artigo sobre a Razão e o Medo na Gestão do Autoconhecimento. Nele abordo os conceitos sobre os tipos de medos, as causas e dicas para superá-los e ele está publicado no site da Razão Humana Consultoria. E neste artigo compartilho um resumo com os principais tidos de medos e dicas para superá-los.
Medo
É uma emoção que sinaliza ao homem a existência de um perigo, de uma ameaça (real ou imaginária), positiva ou negativa. A necessidade do homem em sentir-se protegido e seguro é natural. Porém, o medo ou fobia muitas vezes têm o poder de paralisar e até impedir o crescimento pessoal ou profissional, dificultando as relações com o próximo, entre outros malefícios.
O medo se apresenta em várias situações, tais como: falar em público, andar de avião, ficar sozinho, ambientes fechados, de sonhar, ariscar etc. Existem vários tipos de medos e são classificados como: fobia, claustrofobia, glossofobia, acrofobia, agorafobia, tanatofobia, aerofobia, entre outros. Inclusive, são classificados em formas e níveis diferentes, tais como: natural, traumático ou fóbico.
Medo Natural
Tem como objeto principal um perigo (fato ou situação) que realmente atinge o bem estar e pode provocar males. Muitas vezes é possível vencer o medo natural através da fé e da coragem, inclusive confiando no apoio dos outros. O medo natural pode ter a função de sinalizar ao homem sobre um perigo ou ameaça eminente e assim contribuir com a sua proteção.
MEDO TRAUMÁTICO: Este é forte e desencadeado por situações traumáticas, que marcaram a vida ou imaginado pela pessoa. Ele também pode se apresentar como uma ausência de coragem e forte dificuldade em lidar com as perdas, pois se pensa que irá reviver as mesmas situações.
Há casos em que se manifesta através de um forte desânimo ou depressão, trazendo barreiras ou impedimentos ao crescimento pessoal e profissional. Há profissionais que por medo, escondem seus talentos, limitando seus potenciais e crescimento. Eles não acreditam em sua capacidade e vivem frustrados e muitas vezes não buscam ajuda para superar este desafio e nem para aprimorar seus potenciais. Inclusive, alguns acreditam que nem os têm.
FOBIA: Pode ser considerada como uma grave angústia que apresenta sensações de ansiedades que imobilizam e restringem o indivíduo. O fóbico vivencia verdadeiras crises de tormentos e pânicos diante do objeto temido ou situação, que nem sempre apresentam um perigo real. A fobia é um tipo de medo excessivo e irracional de algo específico, provocando ação de evitar a qualquer custo este encontro desconfortável com o medo, que muitas vezes pode ser até imaginário.
Normalmente apresenta sintomas fisiológicos tais como: aceleração cardíaca, respiração ofegante, sudorese, secura na boca, tensão muscular, tremores etc. Quando o indivíduo está diante de uma situação por ele temida, ocorre um desequilíbrio de substâncias (serotonina e dopamina) no cérebro. Inclusive, pode ser uma reação normal que possibilita ao indivíduo a enfrentar, defender-se ou fugir, preservando assim seu equilíbrio e/ou integridade física. No entanto, no caso da fobia, a situação normalmente não representa um perigo real ou ao menos na proporção imaginada.
Estas sensações de ansiedades sendo conhecidas e controladas, são comuns na vida de profissionais que interagem com o público, tais como: atores, palestrantes, consultores, mentores, professores, mestre de cerimônias, entre outros, que diante a uma plateia sentem estes sintomas. Podem ocorrer em maior ou menor grau de intensidade e duram entre 2 a 5 minutos para que o profissional supere estas reações. Graças a Deus estas sensações compreendidas e controladas fazem parte dos profissionais que valorizam uma boa comunicação, que também é carregada de emoções. Enfim, medo de falar em público é uma fobia social e está dentro do ranking dos 10 medos mais comuns no ser humano.
Racionalizar o medo
Devemos racionalizar o medo e encontrarmos a coragem para buscar ajuda e superá-lo. “Segundo a Wikipédia, a razão é a capacidade da mente humana que permite chegar a conclusões a partir de suposições ou premissas. É, entre outros, um dos meios pelo qual os seres racionais propõem razões ou explicações para causa e efeito. A razão é particularmente associada à natureza humana”. Portanto, é importante compreendermos os tipos de medos, avaliá-los se são reais ou imaginários e buscar ajuda para superá-los. Inclusive, o medo natural é um mecanismo de defesa, e muitas vezes é necessário para a nossa proteção. Porém, o medo fóbico pode ser um sinal de que algo não está bem, até mesmo um conflito interno que precisa ser analisado e tratado.
Coragem para superar o medo
Coragem é a capacidade de agir apesar do medo, do temor e da intimidação. Deve-se notar que coragem não significa a ausência do medo, e sim a ação apesar deste. Portanto, há vários treinamentos e terapias para tratar questões relacionadas aos tipos de medos, incluindo psiquiátrico para os casos mais graves. Principalmente para quem já enfrentou situações terríveis com traições, julgamentos, rejeições, solidão, depressão, entre outras situações que causaram grandes traumas, onde muitos se sentem inseguros até mesmo para buscar ajuda.
É preciso ter atitude de “virar a lupa para dentro”, acionar a razão e ter coragem para buscar ajuda e resolver o problema. Enfrentar o desafio mesmo sabendo que as dificuldades e frustrações podem surgir em outros momentos. Afinal, somos humanos racionais e emocionais, onde os acertos e erros fazem parte da trajetória.
Para os casos mais simples uma alternativa é à busca do autoconhecimento, incluindo entender como é formada a personalidade e como podemos lidar melhor com as emoções. Portanto, rever e equilibrar seus conceitos Ensinados, Pensados e Sentidos de vida, que contribuem com a formação da personalidade irão apoiá-lo com a superação dos medos, principalmente com os imaginários.
Ferramentas de apoio
Existem diversas e uma delas é aplicabilidade da Análise Transacional (AT). Eric Berne é o criador da AT e afirma que nossa personalidade é formada por três Estados de Ego: PAI (conceitos ensinados) ADULTO (conceitos pensados) e CRIANÇA (conceitos sentidos), todos atuando em circuitos positivos e negativos, em maior ou menor grau…
Pensando em medos entre em ação o estado de Ego Criança, que existe dentro de nós independentemente de idade. A criança é impulsiva, cativante, espontânea, sente medo, raiva, ri, chora, ama, odeia etc. Inclusive, muitas vezes nos adultos ela anda muito adormecida e precisa ser ativada.
A compreensão dos estados de Egos, somado a inteligência emocional e espiritual, estimulam a ativação da criança livre, que passa interagir com os estados de Egos Adulto e Pai. Portanto, buscar um equilíbrio entre os estados de Egos é uma excelente ferramenta de autoconhecimento e muito valiosa para a superação de vários tipos de medos.
Análise Transacional X Criança interior
Em vários programas de team building vivencial, treinamentos gerenciais, processos de coaching, mentorias, entre outros, eu utilizo os conceitos de Análise Transacional. Que somada as competências essenciais dos programas, mais a metodologia experiencial, auxiliam no desenvolvimento dos profissionais na era dos “autos”, autoconhecimento, autoestima, autoconfiança, entre outros objetivos que contribuem para a superação dos “medos” reais e imaginários individuais e do time. Inclusive para estimular e ativar a criança interior dos adultos.
Se você tem algum tipo de medo que possa estar lhe impedindo de crescer na vida pessoal, profissional e familiar, não postergue mais este problema, crie coragem e busque ajuda. Afinal, você merece superá-lo e ser mais feliz.
Com carinho a águia que habita em mim saúda a águia que habita em você.
Por: Helena Ribeiro
Foto de capa: Jeremy Bishop on Unsplash